quarta-feira, 8 de setembro de 2010

- Imagens Inefáveis.

DIA DOS NAMORADOS – Uma data inventada pelo comércio, para fazer as pessoas se sentirem um lixo.

Hoje ao acordar, decidi esquecer. Depois de ter passado a noite praticamente em claro, vi que não tinha saída. Na balança sem duvida se encontram guimbas de cigarro, caixas de calmante, garrafas de whisky, noites mal dormidas e sentimentos da pior espécie. E tudo por me sentir em segundo plano... por me sentir tão próximo, porém tão distante. Por não ter.
Serei mais vivo, menos preocupado, menos cismado. Não ficarei elaborando teorias sobre meus defeitos x qualidades de outras pessoas... Pararei de sofrer a cada momento longe, simulando qualquer tipo de traição ou esquecimento.
Ficarei livre pra pensar, me focar, me entreter em coisas que realmente me atraem. Me dedicarei a todos os planos já feitos, que se encontram guardados na gaveta do esquecimento. Isso sem duvidas era o que estava faltando... sair dessa realidade avirtuada, redoma que me coloquei. Acho que consegui me expressar. Apaixonar.
Só de pensar que conseguirei me livrar disso que me impregnou, sinto uma sensação de alivio, algo impossível de se arrepender. Cada canto dessa casa, cada cômodo, objeto, aguçam minha loucura. Todos eles tem o seu cheiro, o seu toque. E ecoam. Sabe, parecem fragmentos de uma historia, que nunca termina.... cada um com sua historia pra contar, não deixando nada ficar nublado em minha cabeça. Tudo tão claro... a ponto de conseguir ouvir a sua voz.

Fazem duas semanas. E dois dias.4 horas. 40 minutos. 40 segundos.
Pois tudo que há em mim veio de você.

Hoje ao acordar, decidi esquecer. Depois de ter passado a noite praticamente em claro, vi que não tinha mais saída. Na balança sem duvida se encontram lembranças das mais diversas e peculiares. São horas como essas, que penso que a felicidade é sinônima de memória fraca. Como flashs tão únicos e tão perfeitos em sua hora-contexto, se tornam algo tão agoniante... A infelicidade é relacionada com a capacidade de recordar-se de muitos eventos passados. Nesses que eu localizo dor, trauma e desilusão. Não necessariamente no passado... Me surpreende o catalisador de sentimentos que consegue transformar momentos tão felizes no seu exato momento em dor, trauma e desilusão nesse exato momento.
Como eu seria feliz... Por que não podemos apenas lembrar JUSTAMENTE como foi? Logo eu que odeio sentir qualquer sentimento parecido com rancor... Por que você é tão normal? Achava que dividir meu tudo seria eterno... Aprendi a apreciar. O que eu serei depois que te esquecer? Um vitorioso. Deletarei a minha derrota... e depois?

O consciente é atemporal e ilógico.

Estar vivo nos reserva registros novos, e claro, nos sujeitar a seus efeitos. Justamente a nossa bagagem que é nosso termômetro.

Não deixe, por favor, deletarem minhas lembranças.
Recordar é viver. É?

5 comentários:

  1. Muito bom o texto!
    bem reflexivo, e meio cheio de pontos que me fizera, imaginar a história que levou a narrativa, em resumo gostei.
    o que mais me chamou a atenção foi a frase "Estar vivo nos reserva registros novos, e claro, nos sujeitar a seus efeitos"

    um abraço.

    www.aliradeorfeu.blogspot.com

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  2. somente qdo nos libertamos de tantos conceitos fora do papel dessa sociedade é que podemos, quem sabe, ter maturidade e enxergar nosso eu.
    Se liberta, vai!

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  3. Cara liberte-se de tudo e ame o conhecimento, ele nunca te dispensará e sempre estará do seu lado.

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  4. Brilho eterno de uma mente sem lembranças...
    toda prece é ouvida, toda graça se alcança.
    Faça uma prece e peça para esquecer. Será que é isso mesmo que você quer? O que seriam dos escritos sem memórias tortuosas?
    Bom, muito bom. E como falado aí em cima também fico imaginando o que deu luz a esse texto. Seja o que, ou quem for, foi proveitoso.
    s2

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  5. deveras reflexivo..só uma coisa a comentar: Tá apaixonadooooo!!!!

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